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Em Fortaleza, o ritual acontece em uma paróquia do Bairro Henrique Jorge, região periférica da cidade. É o quarto ano de realização da celebração dentro da programação da Semana Santa do templo.
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Celebração de Trevas na Paróquia do Imaculado Coração de Maria em 2021. — Foto: Igreja do Imaculado Coração de Maria/Divulgação
Na Semana Santa, a Igreja Católica realiza diversas celebrações para relembrar as últimas horas de Jesus, algumas bem conhecidas do público e outras, como o "Ofício de Trevas", nem tanto. Em Fortaleza, na paróquia do Bairro Henrique Jorge, o ritual é um dos momentos mais marcantes deste período e uma tradição que remonta à Idade Média.
A celebração é realizada com todas as luzes do templo apagadas e apenas 15 velas em um candelabro iluminando o altar. Quando a celebração prossegue, apenas uma vela fica acesa, representando Cristo, até que ela também é apagada.
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De acordo com o pároco da igreja, padre Francisco Adair Ramos de Abreu, a celebração relembra a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
“A celebração da paixão quer nos relembrar a paixão, morte e ressurreição do Senhor, dando um destaque especial ao momento da sua paixão e o que aconteceu na hora da sua morte na cruz. Essa celebração leva-nos a recordar, em nossa vida, as situações de trevas que nos impedem de visualizar os sinais do ressuscitado na vida da gente hoje”, afirmou.
É o quarto ano de realização da celebração na Semana Santa na igreja do bairro, a Paróquia do Imaculado Coração de Maria.
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Celebração acontece há quatro anos na Igreja do Imaculado Coração de Maria. — Foto: Igreja do Imaculado Coração de Maria/Divulgação
Tradição e significado
De acordo com a Igreja Católica, a "Celebração de Trevas" é um conjunto de salmos, cânticos, preces penitenciais e símbolos que permite aos católicos meditarem sobre a situação de escuridão em que ficou a Terra com a morte de Jesus. Antes do Concílio Vaticano II, de 1962 a1965, a celebração fazia parte da programação oficial da Semana Santa. Depois passou a ser optativa.
Não existe uma data de origem, mas trata-se de uma tradição que remonta ao período medieval.
O padre Francisco Adair Ramos explica que nos últimos anos esta celebração tem voltado a ser realizada em muitas paróquias, e, ele acredita, que uma das mais antigas a promovê-la é a Paróquia de São João de Del Rei, em Mato Grosso, que já a celebra há pelo menos mais de um século.
Ainda segundo o pároco, o “Ofício de Trevas” pode ser celebrado nas manhãs de quarta, quinta e sexta santas. “Na Matriz do Henrique Jorge é feito na quarta-feira, à noite, melhor horário para os fiéis participarem”, afirmou.
Na paróquia do Bairro Henrique Jorge, é apenas uma das atividades neste período. Na igreja, haverá ainda uma celebração penitencial para os homens e outra para mulheres. A paróquia ainda vai oferecer atendimento a confissão e visita aos enfermos.
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Celebração de Trevas é um conjunto de salmos, cânticos, preces penitenciais e símbolos. — Foto: Igreja do Imaculado Coração de Maria/Divulgação
Veja alguns rituais que devem ser feitos na cerimônia
Haverá uma meditação sobre as sete palavras de Jesus na Cruz, que serão intercaladas pela recitação de Salmos e cânticos.
À medida que a celebração prossegue, as 15 velas vão ser apagadas restando apenas uma, a que simboliza Cristo, que, ao final, é posta na parte detrás do altar.
Serão usadas matracas. Instrumento que substitui os sinos, e fazem um barulho muito forte.
O barulho das matracas remete ao véu do santuário que segundo a fé cristã reatou de alto a baixo no dia da morte do Senhor.
Em um castiçal triangular, conhecido como tenebrário, são colocadas as as 15 velas acesas, simbolizando Cristo, os 11 apóstolos remanescentes após a traição de Judas, e as três Marias: Maria de Cleofas, Maria Madalena e Maria Salomé, identificada no ocidente como Maria, mãe de Tiago.
É feita uma reflexão sobre as 7 palavras de Jesus na cruz, intercalando com 7 salmos cantados.
Após cada salmo, são apagadas duas velas do tenebrário. Apagam-se as velas ficando apenas uma vela acesa no tenebrário e as velas do altar.
Os fiéis presentes batem nos bancos ou nos punhos.
Os cantos são entoados sem som alto e sem gritaria.
Em frete ao altar, haverá um tapete escuro para o despojamento (No final da Celebração, o celebrante com mais dois ministros deita-se em cima do tapete como sinal de penitência e veneração ao Senhor que padece sofrimentos por nossos pecados).
O ofício começa com o canto de entrada enquanto o celebrante, ministros e cantores entram e ocupam o seu lugar no altar.
O "Ofício das Trevas" termina com um canto e todos saem em silêncio.
O refrão dos Salmos é repetido duas vezes só no início e no fim.
Por g1 CE