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Procurador diz que, após apreensão de provas como áudios, foi detectado indício de vazamento da operação
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O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro — Foto: Gustavo Sales / Câmara dos Deputados
O Ministério Público Federal apontou que houve indícios de vazamento da operação da Polícia Federal contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, deflagrada na última quarta-feira, e "possível interferência ilícita por parte do presidente da República Jair Messias Bolsonaro nas investigações". Por isso, o MPF solicitou o envio do caso ao Supremo Tribunal Federal.
Esse indício de vazamento foi encontrado nas interceptações telefônicas de Milton Ribeiro e apontado pela Polícia Federal. Em uma conversa, Ribeiro cita que uma terceira pessoa, chamada apenas de "ele", achava que seria executada busca e apreensão para investigar as suspeitas de corrupção no Ministério da Educação. Para a PF, era uma referência a Jair Bolsonaro e possível vazamento de informações sigilosas da investigação. No diálogo, o ex-ministro afirma:
-- Não! Não é isso... ele acha que vão fazer uma busca e apreensão... em casa... sabe... é... é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios né...
O juiz federal Renato Borelli, da 15ª Vara Federal do Distrito Federal, então, acolheu o pedido para enviar para o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação contra Milton Ribeiro. De acordo com a decisão, o pedido para envio ao STF partiu do Ministério Público Federal "pois verificada a possível interferência nas investigações por parte de detentor de foro por prerrogativa de função no Supremo".
Na quinta, o delegado do caso, Bruno Calandrini, havia escrito uma mensagem a colegas dizendo que houve interferência da cúpula da PF para que Milton Ribeiro, após sua prisão, não fosse transferido para a carceragem da PF no Distrito Federal. Ele, entretanto, não citava nenhuma autoridade responsável por essa suposta interferência.
Com isso, caberá ao STF e à Procuradoria-Geral da República (PGR) analisar as provas para avaliar se a investigação deverá permanecer no Supremo ou se volta à primeira instância.
O GLOBO